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O amor é, acima de tudo, querer entregar-se e dar a vida pelos outros.

Espero que o meu futuro seja guiado pelo amor. Aí, não procurarei satisfazer-me, mas satisfazer a minha mulher. Como disse, o amor é entregar-se e, nesse sentido, espero entregar-me a ela, também.

Tendo namorada, o que quero construir agora é esse caminho de amor, pois não ser quando me casar que posso decidir entregar tudo por alguém. Para mim, é no dia-a-dia que quero amar e aprender a amar.

Infelizmente, acho que hoje em dia a sociedade tem uma influência muito negativa sobre aquilo que é o amor. Leva-nos a achar que o amor é apenas sentimento, intimidade (muitas vezes física), mas o amor é muito mais que isso. O amor é uma renúncia, e isso é o que não estamos acostumados a ver. Achamos que o amor são beijinhos e relações sexuais, mas enganamo-nos. O amor é, acima de tudo, esta entrega altruísta e isso vê-se muito pouco na sociedade hoje em dia. Recebemos antes, uma mensagem muito errada, que destrói vidas, que destrói relações, que destrói o amor.

Tive a graça de crescer numa família em que pai e mãe se amam e essa é, portanto, para mim, uma relação de referência. Mas também os meus avós são um exemplo de amor, pois com eles aprendi a amar e descobri que aprendemos a amar amando, mas também vendo o amor.

 

Afonso Corte-Real

23 anos

O amor é um sentimento que não tem explicação, não dá para pôr em palavras. É importante mas, do meu ponto de vista, um sentimento a ser evitado ao máximo. Ou encontramos a pessoa certa, e vale realmente a pena, ou não se justifica sofrer por causa disso.

Sempre vivi um bocado num conto de fadas e desde pequenina que leio livros sobre amor, com histórias bonitas. Sempre quis um casamento bonito cheio de amor até aos 100 anos, morrer ao lado do meu marido... Mas sinceramente já não acredito nisso. Apesar de continuar a ser o que eu quero, não acredito.

Acho que o sexo é muito importante para uma relação, mas não é tudo. Aliás, quando se ama, é o menos.

Quando era pequena e via casais na rua, só queria encontrar o meu príncipe encantado. Os meus pais sempre tiveram também um relacionamento muito bom, e por isso sempre tive essa ideia de que ‘’tem de ser assim’’, de que realmente toda a gente tem de encontrar uma pessoa com quem vai ficar, de que toda a gente tem de encontrar um parceiro e ninguém há de acabar sozinho. Mas já não consigo pensar dessa maneira. Apesar de ter sido influenciada a pensar assim, acho que já não se aplica nos dias de hoje.

Eu já tive uma paixão que me partiu o coração. Já ative um homem à minha espera durante dois anos, que fez 2650 km para me vir visitar, e que eu deixei por causa de outro. E esse outro deixou-me. Portanto, a vida é muito ingrata. E quando se faz estes sacrifícios por amor e não se recebe nada em troca, não vale a pena o sofrimento.

Para mim, um casal padrão são Bonnie e Clyde porque apesar de serem uns ‘’gandas maus da fita’’, uns grandes rufias, de assaltarem bancos, de fazerem mil e uma coisas, era juntos que o faziam.

 

Andrea Rubianes

21 anos

É um sentimento bonito, porque trás felicidade a toda a gente. É um sentimento de entrega, de partilha, e deve estar presente ao longo da nossa vida, seja qual for a faixa etária, seja qual for sexo ou a religião. Está presente em todas as pessoas. E, se não houver este amor, coitadinho deste mundo, é uma tristeza! É um sentimento que é bastante importante. Não é dos mais importantes, mas é bastante importante, porque se não sentirmos amor pelo próximo,  o que é que estamos a fazer nesta vida? Apenas a pensar em nós próprios? Ou então não podemos partilhar a nossa história com alguém, não podemos sentir algo nosso por outra pessoa. Acho que sem amor, a vida seria um bocado triste, um bocado cinzento. O amor é um sentimento que dá cor ao mundo.

Eu, por acreditar tanto que toda a gente tem a sua ‘’cara metade’’, não quero desperdiçar o meu tempo com pessoas com quem não sinta isso, com quem não me sinta como completa, e esta é a razã de nunca ter tido uma relação. Porque todas as pessoas que me apareceram até agora, nunca senti esse click de que é a pessoa certa. E quando sentir, aí logo se vê. Mas penso que será com essa pessoa que vou passar o resto da vida.

Quando duas pessoas gostam tanto uma da outra, querem-se entregar. Acho que muita gente pensa: ‘’Gosto tanto desta pessoa que vou partilhar um pouco de mim, um pouco do meu corpo com ela.’’ E, sinceramente, faz-me muita confusão quem não pensa assim. Não entendo como é possível conhecer uma pessoa numa noite, ou conhecer mal uma pessoa, e fazer sexo com ela. É um pedacinho de nós que estamos a dar! E isso é estranho... Para mim é uma coisa tão íntima, com tanto amor... Como é que eu vou dar uma coisa tão íntima e com tanto amor a uma pessoa que não me é nada, ou que mal conheço? É assim que eu vejo este tema das relações sexuais.

Sinceramente, acho que nunca tive um modelo de amor porque com os meus pais, apesar de se darem muito bem, olho para eles não vejo amor mesmo verdadeiro, daquelas pessoas que acordam, olham um para o outro, e sentem amor. Apenas já estão habituados um ao outro. São muito amigos, isso é verdade, mas não há amor. Portanto nunca fui habituada a mostrar muito este sentimento. E se calhar é por isso que procuro tanto o amor. Como nunca vi à minha frente o amor verdadeiro, procuro-o tanto. E também porque quando era pequenina e via tantos filmes da Disney, isso entrou um bocadinho na cabeça!

A forma como fui educada influência muito a forma como vejo o amor. É por isso penso: ‘’Não posso estar aí com dez mil rapazes, quero ter poucos na minha vida, ou até um.’’. A minha família era tão rígida que aos olhos do meu avô, a minha mãe, por se ter divorciado e casado segunda vez, já vai parar ao inferno. É talvez por isso que eu sou um bocado mais rigorosa no que toca ao amor, e não o quero desperdiçar com muita gente.

A sociedade influencia bastante a visão que temos do amor. O amor é um sentimento tão bonito, e cada vez está mais banal. Não basta sentir uma atracção física por uma pessoa, ou achar que essa pessoa é divertida ou ‘’toda gira’’ para ir logo dar-lhe ‘’umas beijocas’’. É preciso sentir que essa pessoa trás algo positivo à minha vida, que me completa. Acho que a sociedade está um pouco assim, a começar a fazer do amor uma coisa banal. Não! O amor é um sentimento bom,  não é um sentimento banal! E como o amor se tem tornado tão banal, há pessoas que já nem acreditam nele. E isso para mim é um bocado triste porque o amor há de estar sempre presente na nossa vida, não é um sentimento no qual devíamos deixar simplesmente de acreditar. Ele vai acontecer ao longo da nossa vida. Nem que seja uma vez na vida, havemos de nos apaixonar loucamente por alguém. E sim, claro que vão haver relações que nos vão deixar triste, que nos vão magoar, ou que nos vão deixar frustrados, mas nunca devemos deixar de acreditar no amor. Porque uma pessoa pode ter tido uma relação má, mas nunca se sabe se a próxima pessoa é aquela que nos vai completar e que vai tornar o nosso mundo muito melhor, e que nos vai fazer sentir que foi por isso que passámos por relações tão más, para agora encontrar a pessoa certa e saber o que havemos de fazer nesta relação.

E por isto, acho que nunca se deve perder a esperança no amor.

 

Filipa Caldeira

23 anos

O amor é, provavelmente, um dos assuntos mais controversos. São inúmeras as tentativas para o explicar e mesmo assim dificilmente conseguimos alcançar uma explicação válida, consensual. É, ainda e provavelmente, das maiores forças ao nosso alcance; contudo, nunca a conseguimos dominar. Porque o amor, como palavra e como noção, é indissociável da ligação ao outro, a algo, ou à nossa própria existência. Porque é que às vezes é tão difícil amar alguém como nos amamos a nós próprios? Porque é que o amor é tão importante para descobrir o outro como para nos descobrirmos a nós mesmos? E porque é que nos encontramos na pessoa que amamos?

O amor é elástico! Podem-se amar imensas pessoas (se calhar não da mesma maneira), mas o amor é uma energia, um sentimento muito forte, muito exigente. Exige que ponhamos de parte o nosso natural egoísmo e, em sua substituição, coloquemos uma boa dose de partilha, uma boa dose de entrega e uma boa dose de amor próprio.

Tentar descrevê-lo, ou perceber o que é, são sinais que nos dizem que provavelmente já não interessa... porque o encontrámos. E é indiscritível. É um imenso tesouro.

Ao contrário do que muitos de nós pensamos ou daquilo que nos impõem através da ficção, através das coisas que vemos, o amor é mesmo aquilo que é. Não existe outra coisa sem ser o próprio amor.

O amor é importante porque nutre, é construtivo, faz-nos sentir bem, faz-nos crescer. É isso que significa amar, ser amado e sentir o amor trás. O amor não é mágoa, o amor não é ciúme, o amor não é tristeza ou abandono. Só existe amor se houver generosidade. E o papel do amor na minha vida é exatamente esse: é construtivo, é nutritivo, faz-me sorrir e torna tudo muito mais fácil.

Ao contrário daquilo que sempre me mostraram, o amor simplifica e não complica. O amor é irracional. E quando o sentimos muito forte, muito a sério, fora de um controlo racional, é uma energia positiva, é uma energia que conduz positivamente a nossa ação. Ser irracional nesse aspecto não tem nada de mal. É simplesmente fantástico.

Lembro-me de ver situações muito complicadas no que toca a relações. A ideia com que ficava era “esta gente dá-se a muito trabalho para nada”. Porque é que estão uns com os outros, porque é que num momento é “amo-te muito” e depois... “um beijo e um queijo”? Ou porque é que as pessoas se separam tão rapidamente e se atreveram a chamar àquilo amor? Parecia que o amor não era assim tão relevante, era extremamente mutável e fugaz. E realmente o amor é mutável. É suposto não ficar no mesmo sítio. E essa é a conclusão que tiro daquilo que fui descobrindo por mim mesmo, embora já desde muito pequeno tenha visto pessoas a separarem-se e a encontrarem outras fontes a que chamaram amor, para depois, mais uma vez, acabar. Porque é que as relações são assim tão ambíguas? Porque é que num momento algo se chama amor e depois já não se chama?

Sempre me disseram para ter cuidado com o amor, porque o amor dói. O amor não dói, custa um bocado, e é assustador, ao início. Porque sentes que te estás a entregar como se fosses dar um passo no abismo, não sabendo muito bem para onde é que estás a ir, para onde é que a tua confiança ou a tua entrega estão a ir. Cabe ao bom senso e à experiência perceber o que é inevitável: isto pode correr bem ou pode correr mal, mas é amor, não é?

Aquilo que sentimos tem de ser sentido. Temos que estar conscientes do que sentimos e nestas coisas do amor é decidir simplesmente esquecer as noções que temos e arriscar.

Depois de muito tempo a achar que amor era simplesmente uma grande chachada, vai e vem, deixa de se sentir, acaba, e apesar dos modelos que tinha e dos exemplos que vi, encontrei um exemplo que acredito ser aquilo que para mim é o amor: muita amizade, cumplicidade, crescer junto, crescer ao mesmo tempo, crescer de mãos dadas, apoiar. O amor é um sentimento e revela-se nas atitudes que temos para com a pessoa que amamos (ou para com as pessoas que amamos, sejam estas os nossos pais, irmãos, pessoas próximas, conjugues, namorados, namoradas, o que seja...).

 

Gonçalo Julião

25 anos

O amor é um sentimento presente em todos, que nos leva eventualmente a unirmo-nos a outra pessoa.

Gostaria de me casar num futuro próximo e, consequentemente, criar uma família e espalhar o amor que tenho para dar.

Vejo a sociedade de hoje como uma sociedade muito virada para a sexualidade, através da publicidade, dos filmes, das séries, etc.. E penso que as pessoas acabam por crescer nesse ambiente e serem influenciadas para, por exemplo, evitar o casamento e ficar a saltar de relação em relação para ‘’viverem ao máximo’’.

Os meus pais têm para mim uma relação de referência, especialmente por conseguirem equilibrar bem o tempo para os filhos e o tempo um para o outro. Penso que é fundamental, no meio da ‘’confusão’’ de um vida de casados com filhos  e trabalho, encontrar espaço para falar e estar com o outro.

 

Manel Cary

24 anos

O amor para mim é Deus.

Quero casar cedo e construir uma família, e acho que o namoro é muito importante para construir aquilo que queremos no futuro. Temos de construir agora as relações que queremos, para depois termos também o futuro que queremos.

Acho que o amor transforma e muda as pessoas. Faz-nos serem pessoas melhores e potencia-nos ao nosso máximo. É dar tudo e não esperar nada em troca.

Acho que cada vez mais a sociedade nos leva a materializar um bocadinho isto das relações. Leva as pessoas a servirem-se das relações para o seu próprio bem, em vez de para o bem dos outros. Se calhar, num namoro, questionam: ‘’O que é que o outro me dá? O que é que o outro me vai fazer? O que é que o outro vai fazer por mim?’’ em vez de assumirem uma perspectiva completamente inversa, pensando: ‘‘O que é que eu posso dar? De que é que o outro precisa para ser feliz?’’

Vejo a relação dos meus avós como uma grande referência. Fizeram 50 anos de casamento no ano passado, e marca-me porque viver 50 anos ao lado de uma pessoa e ainda conseguir ter uma grande cumplicidade e rir-se muito com o outro, é algo que eu quero muito para mim.

Marta Limbert

20 anos

Espero, no meu futuro, ter um namorado com quem me veja casar futuramente, sobre uma relação estável.

Vejo o meu caminho para a felicidade num equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional. Esta última, construímos diariamente com os nossos estudos, mas vejo-me também a ser muito feliz com uma família. E é aí que o amor terá um grande peso na minha felicidade futura.

Penso que a sociedade influencia a nossa consideração do que é o amor. Hoje em dia o que vemos na televisão e aquilo que penso que a sociedade nos tenta passar é a banalização do amor. Fala-se do amor físico, e não se intensifica o amor como relação entre duas pessoas.

Para mim uma relação estável é um equilíbrio entre a relação a dois e a relação com o resto do mundo. Reconheço um casal de referencia quando os vejo com outras pessoas e se divertem. Quando sabem ter uma relação de amizade e conseguem transmitir essa amizade na sua relação com os outros.

 

Marta Villar

20 anos

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